Castelo de Braga

Coordenadas: 41° 33.105' N 8° 25.421' O

Castelo de Braga
Castelo de Braga, Portugal: Torre de Menagem do antigo castelo envolvido por edifícios no centro da cidade
Construção D. Dinis ()
Estilo
Conservação
Homologação
(IGESPAR)
MN
Aberto ao público
Cidade de Braga: iconografia do século XVI. Vê-se o Castelo de Braga no canto superior direito da muralha.
Castelo de Braga: torre de menagem.

O Castelo de Braga, ou Castelo e Cerca Urbana de Braga, localizava-se na freguesia de Braga (São José de São Lázaro e São João do Souto), cidade e município de Braga, distrito do mesmo nome, em Portugal.[1]

Cidade com mais de dois mil anos de história, importante centro administrativo - civil e religioso -, as suas defesas, atravessaram diversas fases construtivas.

Do castelo construído no reinado de D. Dinis, subsiste apenas a Torre de Menagem. A cerca urbana possuía cinco torres, das quais restam apenas duas, a Torre de Santiago e a de São Sebastião, e oito portas, das quais restam duas, a de Santiago e a Porta Nova.[1]

O que subsiste do Castelo de Braga, a Torre de Menagem e o Arco da Porta Nova, está classificado como Monumento Nacional desde 1910.[2]

História

Antecedentes

O astrónomo e geógrafo grego Claudius Ptolemeu (c. 85 – c. 165), em meados do século II, referiu na sua obra - Geografia (8 v.) -, que a cidade de Bracara Augusta era anterior à Invasão romana da Península Ibérica. A recente pesquisa arqueológica, conduzida pela Universidade do Minho, identificou uma cerca defensiva com planta poligonal, reforçada por torreões de planta semi-circular, que remonta ao século III.

À época das invasões bárbaras, por sua importância e tradição, a cidade foi escolhida como capital do reino dos Suevos, acreditando-se que tenha diminuído de importância quando da sua conquista pelos Visigodos e de seu saque pelos Muçulmanos, e mesmo mais tarde, quando conquistada pelas forças cristãs do reino de Leão.

Embora não existam informações seguras sobre a evolução de suas defesas nestes períodos conturbados, sabe-se que, a partir do século XI, uma segunda cerca estava em construção, a Sul e a Oeste, complementando o troço Norte da antiga muralha romana. Sabe-se ainda que em 1145, o arcebispo de Braga, João Peculiar (1139–1175), garantiu aos cavaleiros da Ordem dos Templários uma importante casa na cidade.

O castelo medieval

A partir do século XIII, uma nova fase construtiva se inaugurou, com o abandono do troço norte da muralha romana e um crescimento da urbe em torno da Sé-Catedral. Existem poucas informações acerca desta fase, tão somente as de que, sob o reinado de D. Dinis (1279-1325), se iniciou uma nova cerca, complementada por uma torre de menagem. As obras progrediram com lentidão e, no reinado de D. Fernando (1367-1383), a nova cerca mostrou-se ineficaz, permitindo a invasão da cidade por tropas de Castela na década de 1370. Durante a crise de 1383-1385, Braga, juntamente com outras cidades do norte de Portugal, manteve-se fiel ao partido de Castela. Entretanto, tendo o novo soberano sido aclamado nas Cortes de Coimbra de 1385, a cidade franqueou-lhe as portas. D. João I (1385-1433) também dispensou cuidados a essa defesa, a partir de quando a cerca foi reforçada com novas torres, de planta quadrangular.

Do século XVI aos nossos dias

A partir do século XVI, entretanto, a perda da sua função defensiva era comprovada pela quantidade de edificações adossadas à cerca, pelo exterior.

Em dia 15 de novembro de 1905, o Castelo de Braga foi demolido, menos a Torre de Menagem, evento transformado em festa popular com um cortejo encabeçado por bandas de música e por muito povo, e por algumas das figuras mais proeminentes da cidade, a quem os manifestante aclamavam delirantemente, chegando ao delírio quando principiou a demolição da muralha.[3]

Mais tarde, a Torre de Menagem e alguns troços da muralha medieval foram classificados como Monumento Nacional[4] por Decreto publicado em 24 de Junho de 1910.

Características

A partir do século XIII a cerca da cidade passou a apresentar planta aproximadamente circular. A combinação entre a pesquisa arqueológica e a documental permite reconstruir o seu traçado em linhas gerais, embora se desconheça a localização precisa das portas (das quais se tem notícia de, ao menos, quatro) e das torres. A partir da chamada Porta Nova, construção setecentista que substituiu uma das suas primitivas portas, corria a nor-nordeste pelo traçado da Rua dos Biscainhos, balizava pelo norte o então chamado Campo da Vinha, e virando a sueste pelo traçado da Rua dos Capelistas ia entestar com a muralha propriamente do castelo, após o que, volvendo sucessivamente a sudoeste, ao sul, a nordeste e de novo ao norte, passava pelo Campo e Torre de São Tiago, Largo das Carvalheiras e Largo de São Miguel-o-Anjo, para concluir na Porta Nova.

A leste, a torre de menagem, é o principal remanescente do castelo erguido sob o reinado de D. Dinis. De planta quadrada, em estilo gótico, ergue-se a aproximadamente trinta metros de altura, dividida internamente em três pavimentos. No alto, uma janela geminada e matacães nos vértices. No topo uma coroa de ameias. Na torre e no alçado oeste, as pedras-de-armas de D. Dinis.

Ver também

Referências

  1. a b Ficha na base de dados SIPA
  2. Ficha da base de dados da DGPC
  3. VASCONCELOS, José Leite de. «"O Archeologo Português", Necrologia de Albano Belino. Lisboa, vol 11, 1906, p. 318» (PDF). Consultado em 21 de fevereiro de 2022 
  4. «Pesquisa de Património: Castelo de Braga (restos da Torre de Menagem)». igespar.pt. Consultado em 12 de outubro de 2011 

Ligações externas

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