Clotilde Rosa

Clotilde Rosa
Nascimento 11 de maio de 1930
Queluz
Morte 24 de novembro de 2017
Lisboa
Cidadania Portugal
Cônjuge Jorge Machado
Ocupação compositora, harpista
Instrumento harpa
[edite no Wikidata]

Maria Clotilde Belo de Carvalho Rosa Franco (Queluz, 11 de Maio de 1930 - Lisboa, 24 de Novembro de 2017), mais conhecida como Clotilde Rosa, foi uma harpista, educadora e compositora portuguesa.

Biografia

Clotilde Rosa nasceu em Queluz, Portugal, filha de José Rosa (1895-1939), violinista e tenor, e Branca Belo de Carvalho Rosa (1906-1940), pianista e harpista. Era a irmã mais nova de Artur Rosa, arquiteto e escultor; e foi cunhada de Helena Almeida e tia de Joana Rosa, com quem viria a colaborar.[1][2] Rosa começou a estudar piano aos dez anos com Ivone Santos e harpa aos doze com Cecília Borba no Conservatório Nacional de Lisboa. Entre 1960 e 1963 continuou os seus estudos de harpa com várias bolsas em Amesterdão com Phia Berghout, em Paris com Jacqueline Borot e em Colónia com Hans Zingel. De 1963 a 1966 Rosa também participou dos cursos de verão de Darmstadt, dirigidos por Karlheins Stockhausen, na Alemanha. Após completar os seus estudos, trabalhou como solista de harpa em várias orquestras e conjuntos.[3]

Em 1965 Rosa participou no primeiro happening português, Concerto e Audição Pictórica na Galeria Divulgação em Lisboa, ao lado de António Aragão, E. M. de Melo e Castro, Sallette Tavares, Manuel Baptista, Jorge Peixinho e Mário Falcão (outro harpista).[4][5][2]

Em 1970 Rosa é co-fundadora do Grupo de Música Contemporânea de Lisboa (GMCL) com o compositor Jorge Peixinho. O grupo toca música contemporânea em Portugal, Brasil e por toda a Europa. No final da década de 1970, com Carlos Franco e Luísa de Vasconcelos, Rosa forma o Trio Antiqua, que se dedicava à interpretação da música antiga.[6] Rosa integrou ainda a Orquestra Sinfónica do Porto, a Orquestra Sinfónica da Emissora Nacional, e colaborou com a Orquestra Nacional do Teatro de São Carlos e com a Fundação Calouste Gulbenkian. Afastou-se da carreira orquestral em 1987.

Entre 1987 e 2000, Rosa leccionou na Escola de Música do Conservatório Nacional de Lisboa, primeiro em Análise e Técnicas de Composição (1987-1989) e depois em Harpa. Foi a primeira vez que um programa de harpa contemporânea foi ensinado em Portugal.[7][2]

Rosa divorciou-se do primeiro marido, o pianista e violoncelista Jorge Machado em 1961. Mais tarde, casou com o flautista Carlos Franco, outro membro do GMCL.[8] Teve três filhos, dois dos quais se tornaram músicos. Rosa morreu em Lisboa em 24 de Novembro de 2017.[9]

Reconhecimento

Em 1976, Rosa começou a escrever como compositora a solo; por sugestão de Jorge Peixinho, a sua obra Encontro para flauta e quarteto de cordas foi levada para o Tribune Internationale de Compositeurs em Paris por Joly Braga Santos e Nuno Barreiros. A peça, gravada na RDP, recebeu o 10º lugar entre 60 obras de trinta países diferentes.

Rosa ganhou o primeiro Concurso Nacional de Composição de Portugal com a obra Variantes I para flauta solo.[10]

Obra

Rosa compôs mais de setenta obras para instrumentos a solo, orquestra sinfónica, ópera e cantata, entre outros.[11] Os trabalhos selecionados incluem:

  • Encontro para flauta e quarteto de cordas (1976)
  • Alternâncias para flauta e piano (1976)
  • Variantes I para flauta solo (1980)
  • Três Canções Breves (1980)
  • Cinzas de Sísifo (1986)
  • O Fabricar da Música e do Silêncio (1987)
  • Ciclo Vozes de Florbela (1990)
  • Amor que mal existe (1992)
  • Glosas Próprias (1998)
  • Quiet Fire (1999)
  • Canto Circular (2000)
  • El Vaso Reluciente (2003)

As obras de Rosa foram gravadas e publicadas em CD, e incluem:

  • Musica para poesia Portuguesa / Cathariou, Martins, Tiexeira, Martins, et al. ; (09-09-2008) La Ma De Guido
  • Spiral Of Light: Música Portuguesa para Cordas e Marimba (2010-06-08) EtCetera Records

Referências

  1. «Destaques: Clotilde Rosa (1930-2017) - Pioneira da música contemporânea». RTP - Antena 2. 25 de novembro de 2017. Consultado em 1 de dezembro de 2020 
  2. a b c Serrão, Maria Beatriz de Matos Vital (2011). «Influências da performance na música entre 1970 e 90 em Portugal : Jorge Peixinho, Clotilde Rosa, Eduardo Sérgio». Consultado em 2 de dezembro de 2020 
  3. Tyrrell, John (2001). The new Grove dictionary of music and musicians: Volume 21. [S.l.: s.n.] 
  4. Monteiro, Francisco (2017). «Clotilde Rosa: uma mulher de vanguarda»Registo grátis requerido – via academia.edu 
  5. Machado, José; Ferreira, Manuel Pedro (2002). «A obra de Jorge Peixinho: problemática e recepção». Jorge Peixinho in memoriam. Lisboa: Editorial Caminho. pp. 222–286. OCLC 61247727 
  6. «Clotilde Rosa». International Society for Contemporary Music. Consultado em 1 de dezembro de 2020 
  7. «Clotilde Rosa». mic - Centro de Investigação e Informação da Música Portuguesa. Consultado em 1 de dezembro de 2020 
  8. Ferreira, Manuel Pedro. «Clotilde Rosa» (PDF). Consultado em 1 de dezembro de 2020 
  9. «Morreu a compositora Clotilde Rosa». TVI 24. 24 de novembro de 2017. Consultado em 1 de dezembro de 2020 
  10. «Clotilde Rosa profile». Consultado em 3 de novembro de 2010 
  11. «Clotilde Rosa». Musicalics. Consultado em 1 de dezembro de 2020 

Ligações externas

  • Lista de obras e discografia
  • Entrevista de Outubro de 2017
  • Portal de biografias
  • Portal das mulheres
  • Portal da música
  • Portal de Portugal
Controle de autoridade