Filipe Simonsson

Carta de Felipe Simonsson

Filipe Simonsson (em nórdico antigo, Filippus Simonsson, falecido em 1217) foi um nobre norueguês e pretendente ao trono pelo partido dos bagler entre 1207 e 1217, durante a era das Guerras Civis Norueguesas.[1] Governou na região de Viken com o título de rei, em oposição aos reis Ingo II e Haakon IV.

Filipe era filho de Simão Kaarason (falecido em 1190) e de Margarida Arnadatter. Simão era um dos mais proeminentes opositores ao partido dos birkebeiner e ao rei Sverre; tinha apoiado ao pretendente bagler Jon Kuvlung na década de 1180 e morreu num novo levante contra Sverre em 1190. Margarida, a mãe de Filipe, era meia irmã do rei Ingo I e irmã do bispo de Oslo Nicolau Arnesson, também opositor a Sverre.[2]

Jarl dos bagler

Em 1204, depois da morte de Haakon III, os bagler, que durante o reinado deste tinham se reconciliado com os birkebeiner, levantaram novamente em armas, com o apoio da Igreja e o rei de Dinamarca. O bispo Nicolau de Oslo tentou que seu sobrinho Filipe fosse nomeado rei dos bagler, mas a maioria do partido se opôs, já que Filipe não era de linhagem real norueguesa. Em seu lugar, colocou-se como rei a Erling Steinvegg, um suposto filho do rei Magno V.[3] A Filipe outorgou-se-lhe o título de jarl, o mais alto após o rei.[4]

Filipe Simonsson contava entre seus ascentrais o rei Harald Cabelo Belo através da linha materna. Sua mãe era descendente do rei Stenkil da Suécia, que por sua vez, de acordo a lendas nórdicas, era descendente do rei Harald. Essa ascendência não era suficiente, já que os noruegueses tendiam a eleger entre seus governantes a descendentes de reis pela linha paterna. Por exemplo, o rei birkebeiner Ingo II enfrentou fortes problemas por ser neto materno de Sigurdo II.

O exército bagler, reconstituído na Dinamarca, chegou a Noruega em 1204, acompanhado pelo rei Valdemar II da Dinamarca. Isso foi o detonante da segunda guerra bagler. Uma assembleia (ting) em Tønsberg reconheceu a Erling Steinvegg como rei e a Filipe como jarl. Os bagler cedo ganharam o controle da região de Viken (ao redor do fjord de Oslo), enquanto os birkebeiner mantiveram-se dominando Trøndelag, no norte. A região ocidental, com Bergen, mudava constantemente de mãos. Os grupos rivais lançaram ataques às regiões inimigas, mas nenhuma pôde alçar com a vitória definitiva.

Rei dos bagler

Em janeiro de 1207 morreu o rei bagler Erling Steinvegg, deixando dois filhos. Num princípio, os bagler deliberaram sobre qual dos dois filhos devia ser nomeado rei, mas o bispo Nicolau de Oslo relançou a candidatura de Filipe para o título de rei. Nesta ocasião o rei obteve o apoio dos camponeses e Filipe foi nomeado rei numa assembleia em Sarpsborg.

Filipe continuou a guerra contra os birkebeiner, chegou a capturar a fortaleza de Sverresborg em Bergen em 1207, mas abandonou-a pouco depois. Nesse mesmo ano, padeceu a incursão exitosa dos birkebeiner em Tønsberg. Contudo, a guerra parou, sem uma inclinação clara da vitória. Em 1208, Nicolau e outros bispos tentaram chegar a um acordo de paz entre ambos grupos. Na ilha de Kvitsøe, Filipe reuniu-se com seu rival Ingo II; este reconheceu a autoridade de Filipe sobre o terço oriental de Noruega (a exceção de Bohuslän) e, em compensação, Filipe renunciou a portar o título de rei. Em vez disso, seria reconhecido como jarl e vassalo de Ingo. Para selar as negociações, Filipe casou-se em 1209 com uma filha do falecido rei Sverre, Cristina Sverresdatter.[5]

Filipe rompeu sua promessa, pois continuou apresentando-se como rei até o fim de sua vida, empregando um selo real. Apesar disso, se manteve a paz entre bagler e birkebeiner. Depois da morte de Ingo II em abril de 1217, Filipe tentou renegociar o acordo de paz, demandando a metade do país. Mas no outono desse mesmo ano adoeceu e faleceu.

No ano seguinte à sua morte, o novo rei dos birkebeiner, Haakon IV, foi reconhecido também pelos bagler, pondo fim à divisão do país.

Cristina, sua esposa, morreu poucos meses após o casamento, durante um parto. O único filho do casal também faleceu nessa ocasião.

A carta mais antiga de um rei na Noruega que se tenha conservado até a atualidade pertenceu a Filipe Simonsson.

Referências

  1. Filippus Simonsson (Store norske leksikon)
  2. Ingerid Ragnvaldsdatter (Store norske leksikon)
  3. Nikolas Arnesson (Store norske leksikon)
  4. Erling Steinvegg (Store norske leksikon)
  5. Kristin Sverresdatter (Store norske leksikon)

Fontes

  • Finn Hødnebø & Hallvard Magerøe (eds.); tradução de Gunnar Pedersen; (1979). Soga om baglarar og birkebeinar (Noregs kongesoger 3). Det Norske Samlaget, Oslo. ISBN 82-521-0891-1 (em norueguês)
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