Golpe de Estado no Mali em 1991

Golpe de Estado no Mali em 1991
Data 26 de março de 1991
Local Bamako, Mali
Desfecho Moussa Traoré é deposto após 23 anos na Presidência
Amadou Toumani Touré assume interinamente o cargo
Eleições presidenciais e parlamentares disputadas após um referendo constitucional
Beligerantes
Mali Governo do Mali Mali Forças Armadas do Mali
Comandantes
Mali Moussa Traoré Mali Amadou Toumani Touré

O golpe de Estado no Mali de 26 de março de 1991 levou a derrubada do presidente Moussa Traoré após mais de duas décadas de ditadura[1] e, finalmente, conduziu a eleições multipartidárias.

Em 1968, o próprio Traoré havia liderado um golpe militar, depondo o primeiro presidente do Mali, Modibo Keïta, e tornando-se o segundo. [1] Em 25 de outubro de 1990, a oposição ao seu governo de décadas se fundiu na Aliança para a Democracia no Mali (ADEMA), uma organização guarda-chuva para os grupos oposicionistas. Os distúrbios cresceram à medida que as pessoas culpavam a corrupção e a má administração do regime pelos problemas econômicos que enfrentavam. [2] Além disso, Traoré teve de instituir programas de austeridade para satisfazer o Fundo Monetário Internacional, causando um aumento das dificuldades para todos, exceto aos ricos.

A ADEMA e outros grupos pró-democracia exigiam o fim do unipartidarismo. No dia 22 de março, dezenas de milhares de estudantes e outros marcharam pelas ruas de Bamako, a capital do país. Os soldados governistas dispararam contra os manifestantes pacíficos, matando 28 e desencadeando dias de tumultos. [1] As fontes variam quanto aos números: a oposição reivindicou 148 mortos e centenas de feridos, enquanto que Traoré alegou que ocorerram 27 mortes. [1] Traoré declarou estado de emergência e se reuniu com os líderes da oposição. Ele ofereceu concessões, mas se recusou a renunciar como exigiam. Uma greve geral foi convocada para 25 de março. [3] Desta vez, os soldados estavam em número suficiente e não fizeram nada para detê-la.

O tenente-coronel Amadou Toumani Touré lançou um golpe de Estado que depôs Traoré. [1][3] Conforme a notícia se espalhou, fontes hospitalares relataram pelo menos mais 59 mortos e 200 feridos, incluindo assassinatos por vingança. [3] O ministro da Educação Bakary Traore e Mamadou Diarra, cunhado do ex-líder, foram queimados até a morte.[1]

O Comitê de Transição para a Salvação do Povo da República do Mali, presidido por Touré, foi criado para dirigir o país temporariamente. Após um referendo constitucional, foram realizadas eleições presidenciais e parlamentares em 1992.

O ex-presidente Moussa Traoré foi preso em 1992 e condenado à morte.[4] Entretanto, o presidente Alpha Oumar Konaré primeiramente comutaria sua sentença à prisão perpétua,[4] em seguida o perdoaria em maio de 2002, quando o mandato de Konaré chegou ao fim.[5]

Referências

  1. a b c d e f «Mali's Dictator Is Overthrown in Coup». The New York Times. Associated Press. 27 de março de 1991 
  2. Harmon, Stephen A. (9 de março de 2016). Terror and Insurgency in the Sahara-Sahel Region: Corruption, Contraband, Jihad and the Mali War of 2012-2013. [S.l.]: Routledge. p. 72. ISBN 9781317046066 
  3. a b c «Leader of Mali Coup Promises Democracy». Los Angeles Times. 27 de março de 1991 
  4. a b «Former Malian president escapes death again». BBC. 22 de setembro de 1999 
  5. «Release of Moussa Traore makes front-page news in Mali». PanaPress. 30 de maio de 2002 
  • Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «1991 Malian coup d'état».
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