Inocêncio Camacho

Inocêncio Camacho
Inocêncio Camacho
Nascimento 1867
Moura
Morte 11 de setembro de 1943
Lisboa
Cidadania Portugal, Reino de Portugal
Ocupação professor universitário, escritor, jornalista, político
Empregador(a) Universidade de Lisboa
[edite no Wikidata]

Inocêncio Joaquim Camacho Rodrigues (Moura, São João Baptista, 23 de Maio de 1867 — Lisboa, Santos-o-Velho, 11 de Setembro de 1943) foi um professor e homem político português, alto funcionário, governador do Banco de Portugal.[1]

Família

Era filho de Manuel do Carmo Rodrigues da Costa (Moura, São João Baptista, 23 de Maio de 1841) e de sua mulher (casados em Moura, São João Baptista, a 11 de Junho de 1864) Genoveva Máxima Camacho (Reguengos de Monsaraz, Reguengos de Monsaraz, 4 de Novembro de 1845).[2]

De acordo com a tradição familiar, a sua família seria descendente do 6.º Marquês de Marialva de juro e herdade e 8.º Conde de Cantanhede de juro e herdade, o que nunca conseguiu provar por documentos. Sendo os seus antepassados próximos todos de Moura, Serpa ou Reguengos de Monsaraz excepto a mãe de seu avô paterno Maria da Piedade, natural de Lisboa, supõe-se ser ela filha natural de D. Pedro José Joaquim Vito de Meneses Coutinho.[3]

Biografia

Inocêncio Camacho, à varanda dos Paços do Concelho, lê os nomes dos membros do Governo Provisório, depois de proclamada a República.

Fez o curso da antiga Escola Politécnica de Lisboa, alcançando grandes classificações. Em 1899, precedendo provas públicas, foi nomeado Demonstrador de Física daquele estabelecimento de ensino.[1][4][5]

Republicano convicto e grande propagandista da República, era Vogal do Directório do Partido Republicano Português quando se deu a Revolução de 5 de Outubro de 1910 e a subsequente Implantação da República Portuguesa. Foi ele quem, da varanda dos Paços do Concelho da Câmara Municipal de Lisboa, fez a Proclamação do Governo Provisório da República.[1]

Teve larga colaboração jornalística em "A Luta", de Manuel de Brito Camacho, e "A Pátria"com o pseudónimo de Eutropius.[1][4][5]

Foi o primeiro Director-Geral da Fazenda Pública do novo Regime e Deputado da Assembleia Nacional Constituinte de 1911 e em duas Sessões Legislativas.[1][4][5]

Em 1911 era 1.° Assistente da Escola Politécnica de Lisboa.[1]

A 2 de Abril de 1911 foi nomeado 5.º Governador do Banco de Portugal, cargo que desempenhou até 30 de Junho de 1936, tendo sido o primeiro depois da Implantação da República Portuguesa. Nessa qualidade, representou Portugal na Conferência Económica de Londres de 1933.[1][4][5]

Também a 18 de Outubro de 1920 foi 41.º Ministro das Finanças e representou o País na Conferência Económica de Bruxelas desse ano.[1][4][5]

Em Março de 1929, Professor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.[1]

Realizou grandes séries de Conferências de divulgação científica em colectividades de ensino popular e outras, sendo, também, autor de várias excelentes compilações dos seus cursos universitários de Física.[1]

Pertenceu à Sociedade de Estudos Pedagógicos e à Sociedade de Geografia de Lisboa.[1]

Foi confrontado com o escândalo Alves dos Reis, no qual a sua assinatura foi falsificada na requisição de notas de 500$00 Chapa 2 com a efígie de Vasco da Gama e de 1.000$00 Chapa 1 II com a efígie de António Feliciano de Castilho feita pelo burlão à impressora Waterlow and Sons em Londres.

Casamento e descendência

Casou em Lisboa, Santa Engrácia, em 1900 com Maria do Carmo da Silva de Campos (Lisboa, Santiago - Lisboa, 1968), filha de Luís Baptista de Campos (Viana do Alentejo, Viana do Alentejo, 22 de Maio de 1843), negociante, e de sua mulher (casados em Lisboa, Santiago, Ermida de Santa Luzia) com Emília Caetana da Piedade da Silva (Lisboa, Sé, 7 de Julho de 1848). A sua filha Francisca de Campos Camacho Rodrigues (Lisboa, Santa Isabel, 2 de Setembro de 1904 - Lisboa, 18 de Janeiro de 1982) casou em Lisboa a 30 de Abril de 1927 com António Pereira de Sousa da Câmara (Lisboa, Mártires, 6 de Janeiro de 1901 - Lisboa, 19 de Julho de 1971).[6][2][4]

Referências

  1. a b c d e f g h i j k Vários. Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. [S.l.]: Editorial Enciclopédia, L.da. pp. Volume 5. 548 
  2. a b "Costados Alentejanos", António Luís de Torres Cordovil Pestana de Vasconcelos, Edição do Autor, 1.ª Edição, Évora, 1999, Volume I, N.º 68
  3. "Armas & Troféus", 1998
  4. a b c d e f "Anuário da Nobreza de Portugal - 2006", António Luís Cansado de Carvalho de Matos e Silva, Dislivro Histórica, 1.ª Edição, Lisboa, 2006, Tomo IV, p. 636
  5. a b c d e Banco de Portugal. «Antigos Governadores do Banco de Portugal». Consultado em 24 de Novembro de 2014. Arquivado do original em 23 de outubro de 2014 
  6. "Livro Genealógico das Famílias desta Cidade de Portalegre de Manuel da Costa Juzarte de Brito", Nuno Gonçalo Pereira Borrego e Gonçalo Manuel de Melo Gonçalves Guimarães, 1.ª Edição, Lisboa, 2002, p. 308

Ligações externas

  • «Alentejanos da História: Inocêncio Camacho Rodrigues - Burlado por Alves dos Reis» 

Precedido por
José Adolfo de Melo e Sousa
Governadores do Banco de Portugal
2 de Abril de 191130 de Junho de 1936
Sucedido por
Rafael da Silva Neves Duque
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Basílio Teles (não empossado) José Relvas Duarte Leite Sidónio Pais António Vicente Ferreira Francisco Fernandes Costa (interino) António Vicente Ferreira (continuação) Afonso Costa Tomás Cabreira António dos Santos Lucas Álvaro de Castro Joaquim Pimenta de Castro (interino) Herculano Galhardo José Jerónimo Rodrigues Monteiro (inicialmente interino) José Maria Teixeira Guimarães (interino) Junta Constitucional Tomé de Barros Queirós Vitorino Guimarães Afonso Costa (2.ª vez) António José de Almeida (interino) Afonso Costa (2.ª vez; continuação) António José de Almeida (interino) Afonso Costa (2.ª vez; continuação) Artur de Almeida Ribeiro (interino) Afonso Costa (2.ª vez; cont.) Artur de Almeida Ribeiro (interino) Junta Revolucionária António dos Santos Viegas • Francisco Xavier Esteves Joaquim Mendes do Amaral (interino) João Tamagnini Barbosa Ventura Malheiro Reimão • António de Paiva Gomes Augusto Dias da Silva (interino) António de Paiva Gomes (continuação) Amílcar Ramada Curto Francisco Rego Chaves António Maria da Silva Francisco Fernandes Costa (não empossado) António Maria da Silva (reconduzido) António Joaquim Ferreira da Fonseca Francisco Pina Lopes • António Maria da Silva (2.ª vez) Inocêncio Camacho • António Granjo (interino) Inocêncio Camacho (continuação) Francisco da Cunha Leal Liberato Pinto (interino) António Maria da Silva (3.ª vez) Tomé de Barros Queirós (2.ª vez) António Vicente Ferreira (2.ª vez) Francisco António Correia • Francisco Trancoso • Vitorino Guimarães (2.ª vez) Albano Portugal Durão Eduardo Alberto Lima Basto Vitorino Guimarães (3.ª vez) Francisco Velhinho Correia António de Abranches Ferrão (interino) Francisco Velhinho Correia (continuação) João Vaz Guedes (interino) Francisco da Cunha Leal (2.ª vez) Álvaro de Castro (2.ª vez; inicialmente interino) Daniel Rodrigues • Manuel Pestana Júnior Vitorino Guimarães (4.ª vez) Eduardo Alberto Lima Basto (2.ª vez) António Alberto Torres Garcia Armando Marques Guedes

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