Jerónimo Moniz de Luzinhano

Jerónimo Moniz de Luzinhano
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Jerónimo Moniz de Luzinhano, que era o nome aportuguesado de Jerónimo Moniz de Lusignan, foi um nobre português do século XVI que esteve ao serviço da corte de D. Sebastião e do Cardeal D. Henrique.

Biografia

Serviu militarmente em Tanger, sendo capitão Rui de Sousa de Carvalho (1570) e por isso, voltando a casa, deu-lhe El-Rei a comenda de São Salvador das Alcáçovas, na Ordem de Cristo, e o fez do seu conselho. Em 1578 acompanhou D. Sebastião ao Norte de África, e na batalha de Alcácer-quibir foi feito cativo. Depois foi resgatado, e conseguiu voltar para o Reino de Portugal.[1]

Foi depois um dos oito fidalgos que, sob a direcção do vedor Francisco Barreto de Lima, em 1582, foram escolhidos para acompanharem os supostos "restos mortais" de D. Sebastião do porto de Silves ao mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, onde está sepultado desde então.[2][3][4]

Em 1595, o Cardeal-Arquiduque-Alberto, foi transferido de vice-rei de Portugal, para o governo de Flandres, e ele foi dos que o acompanharam para a nova regência; morreu porém, em viagem, na passagem por Barcelona, a 25 de Setembro deste ano.[1]

Dados genealógicos

Jerônimo Moniz, filho segundo e herdeiro de Febo Moniz de Lusignano (II), e irmão de Pedro Moniz de Lusignan, e casado com D. Isabel da Silva, filha de D. Pedro de Castelo Branco e de D. Margarida de Lima.[5]

Casou comː

  • D. Elvira de Alarcão, viúva de Sebastião da Silva, dama da rainha D. Catarina, filha de Gaspar de Torres e de D. Leonor de Alarcão sua mulher.

Escreve Fr. José Pereira de Santana, na sua crônica dos Carmelitas, que D. Elvira foi uma senhora de heroicas virtudes, tão amante deste nosso convento que na Igreja dela fazia contínua assistência».[1]

Foram seus os seguintes filhos:

  • Febo Moniz de Lusignano (III), Febus Moniz de Torres[6] ou Febo de Torres Moniz, alteração de nome feita quando passa a ser herdeiro de seu tio materno Martim Afonso de Torres.[7] Casou com D. Filipa Coutinho, filha de André Gonçalves de Ribafria, porteiro-mor de D. Sebastião e alcaide-mor do Castelo e da Vila de Sintra, e de sua mulher D. Luísa de Albuquerque filha de D. Luís de Albuquerque, copeiro-mor do Reino e D. Inês de Castro, primogénita do "Grande Vice-Rei D. João de Castro".[6] Com descendência.
  • Fr. Martinho Moniz, nomeado bispo do Porto[8] mas que não aceitou.[9]

Referências

  1. a b c Capela da Piedade na Antiga Igreja do Carmo em Lisboa, Conde de São Payo (D. António), Trabalhos da Associação dos Arqueólogos Portugueses, Junta de Educação Nacional, Lisboa, 1934, Vol. I, pág. 170
  2. «Gorjão Henriques», por Nuno Gorjão Henriques e Miguel Gorjão-Henriques, 1.a Edição, 2006, Volume I, pág. 542
  3. Coisas Que Poucos Sabem, por Henrique Salles da Fonseca, Elos Clube de Lisboa, 19 de Julho de 2011
  4. Onde morreu D. Sebastião, Marrocos ou Limoges?, por Vitor Manuel Adrião, Lusophia, 23 de Novembro de 2021
  5. Capela da Piedade na Antiga Igreja do Carmo em Lisboa, Conde de São Payo (D. António), Trabalhos da Associação dos Arqueólogos Portugueses, Junta de Educação Nacional, Lisboa, 1934, Vol. I, pág. 169 e 170
  6. a b Os de Ribafria Alcaides-mores da Vila de Sintra, António de Vasconcelos de Saldanha, Associação de Defesa de Património de Sintra, 1982
  7. Capela da Piedade na Antiga Igreja do Carmo em Lisboa, Conde de São Payo (D. António), Trabalhos da Associação dos Arqueólogos Portugueses, Junta de Educação Nacional, Lisboa, 1934, Vol. I, pág. 172
  8. Capela da Piedade na Antiga Igreja do Carmo em Lisboa, Conde de São Payo (D. António), Trabalhos da Associação dos Arqueólogos Portugueses, Junta de Educação Nacional, Lisboa, 1934, Vol. I, pág. 171
  9. Memorias historicas da ordem de Nossa Senhora do Carmo da Provincia de Portugal, Manoel de Sá, 1727, pág. 576
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